quinta-feira, 29 de maio de 2008

Dakar Series em Portugal de 10 a 14 de Setembro 2008

Uma prova com cinco etapas, 1.000 quilómetros cronometrados e a presença das marcas oficiais e principais privados é o figurino do Pax Rali em Portugal, prova do Dakar Series que foi hoje apresentada em Lisboa.A disputar entre 10 e 14 de Setembro, o Pax foi a solução encontrada pela João Lagos Sports, empresa organizadora da partida do Lisboa-Dakar2008, e pela Amaury Sports Organisation (ASO), organizador francês do Dakar, para compensar patrocinadores e pilotos pela anulação do rali raid, em Janeiro, devido a ameaças terroristas na Mauritânia. "Esta prova surge da vontade de manter o elo com os nossos parceiros, nomeadamente a ASO, para quando o Dakar regressar a África se mantenha a largada a partir de Lisboa", afirmou o director de comunicação da João Lagos Sports, João Sachetti, na apresentação da prova, realizada num cinema da baixa lisboeta.Sachetti explicou que, devido à menor experiência da empresa na montagem de provas de todo-o-terreno, a João Lagos Sports se associou à Escuderia de Castelo Branco, clube com cerca de 45 anos de experiência no desporto motorizado. "Em parceria com a Escuderia Castelo Branco, vamos organizar uma prova espectacular, dura, com 1.000 quilómetros de especiais, divididas por cinco etapas. Contará com a presença das principais equipas e apoio de entidades públicas e privadas, nomeadamente os das câmaras de Lisboa e Portimão", adiantou o responsável.Joana Lemos, presidente do Comité Executivo do Pax Rali em Portugal, indicou que a prova pretende "passar da partida da maior prova do Mundo de todo-o-terreno para um rali que valorize a modalidade" e "projecte a imagem de Portugal no Mundo", aproveitando as "sinergias com a ASO". A antiga piloto explicou que, ao contrário do Dakar, o Pax Rali vai ter como palco das verificações técnicas, a 9 de Setembro, o Parque Eduardo VII "de forma a dar outra perspectiva de Lisboa, diferente da dada no Lisboa-Dakar, que esteve no Centro Cultural de Belém"."A primeira etapa ligará Lisboa a Castelo Branco, a 10 de Setembro, e contará com uma ligação de 150 quilómetros e um troço cronometrado de 220, numa zona montanhosa com percurso sinuoso", adiantou Joana Lemos, precisando que no primeiro dia a caravana passará pelos concelhos de Mação, Vila de Rei, Oleiros e Castelo Branco.Na segunda etapa, os concorrentes terão pela frente 450 quilómetros, 230 dos quais em 'especial', que vão ligar a Beira Baixa ao Alto Alentejo, com o fim da etapa situado em Benavente, local de saída da terceira tirada, que percorrerá a lezíria e terminará em Alcochete, após uma especial de 190 quilómetros, num percurso idêntico ao da primeira etapa do anulado Lisboa-Dakar.Na quarta tirada, a 13 de Setembro, a caravana partirá de Alcochete rumo a Portimão, passando pelo litoral alentejano, num percurso de 500 quilómetros, 290 dos quais contra o relógio, "com pisos arenosos e rápidos", explicou Joana Lemos.O último dia será uma repetição da segunda etapa do Lisboa-Dacar'2008, com a quinta tirada a largar e finalizar em Portimão, após uma "especial curta e rápida de 65 quilómetros", concluiu.Pilotos nacionais satisfeitosCarlos Sousa, Hélder Rodrigues e Ricardo Leal dos Santos manifestaram-se satisfeitos pelo figurino do Pax Rali. "Penso que foi encontrada uma boa solução, pelo menos uma solução de compromisso. Fizemos a prova na Hungria, agora vamos fazer esta prova. O pior era não fazer nada", afirmou Carlos Sousa, sublinhando que "este será o ano zero" da prova, que marca um "o princípio de um Dakar Series que se espera venha a ter muito sucesso e devia ser acarinhado por toda a gente ligada à modalidade, incluindo as federações". "Houve várias ameaças, que a prova não era para fazer e depois era para fazer, mas nós pilotos queremos estar à parte das políticas que levam as entidades oficiais a organizar ou não prova, e espero que toda a gente caminhe na mesma direcção a favor da modalidade, que é o todo-o-terreno", disse Carlos Sousa, explicando que "em termos internacionais havia um campeonato de Bajas Europeu que não foi um sucesso, há uma Taça do Mundo que no ano passado esteve reduzida a duas provas" e considerou que, "se houve fórmulas que não resultaram", é positivo "apadrinhar esta motivação da ASO de fazer o Dakar Series e apoiar uma prova em Portugal, organizada pela Lagos".Sobre o percurso, Sousa adiantou que "como vão estar as equipas oficiais e os carros fazem alguma diferença", espera "andar muito próximo em termos de nível" dos pilotos da frente. "São provas muito técnicas e foi do agrado da maioria dos pilotos. Este vai de Norte a Sul, com algumas etapas a fazerem lembrar troços dos antigos ralis, mas tenho um bom 'feeling' para esta prova", afirmou.O "motard" Hélder Rodrigues disse também ter gostado muito do percurso apresentado. "Gostei muito, apesar de tudo o percurso vai ser bonito, com duas especiais que iríamos ter no Dakar, logo aí vamos ter corrida a sério. E depois ter uma corrida em Portugal, no meu país, com esta dimensão, para mim é um privilégio", afirmou. Para Rodrigues, "estas corridas e estes eventos eram coisa que faltava em Portugal e no todo-o-terreno"."Com a não partida do Dakar, um evento destes, para nós, é como um prémio a meio do ano. Pelo que se viu, há especiais com quase 300 quilómetros. Não falamos de deserto, mas falamos de montanha, o que também é muito duro", afirmou. Sobre os objectivos, Rodrigues adiantou que, tanto ele como o seu colega de equipa, Ruben Faria, têm como objectivo "ficar no pódio". "Qualquer um dos dois tem capacidade para vencer esta corrida, mas é claro que podem acontecer imprevistos, mas tanto eu como ele podemos ficar no pódio", disse, adiantando que até Setembro vai ainda participar dentro de duas semanas no rali dos Sertões", no Brasil.Já Ricardo Leal dos Santos, que conduz um BMX X5, considerou, por seu turno, que o percurso é "bom" e foi encontrada "uma boa solução" para colmatar a anulação do Lisboa-Dakar2008."Pareceu-me bom, acho que foi uma boa solução, com algumas das boas zonas para o todo-o-terreno em Portugal e é uma solução possível e lógica para manter as coisas vivas e garantir, como foi dito, que a próxima partida para um Dakar em África será de Lisboa", afirmou.Leal dos Santos disse que "grandes eventos na área do todo-o-terreno em Portugal são uma excelente ideia e são salutares, apesar de já haver dois ou três". "Esta etapa portuguesa do Dakar vai ter todas as equipas oficiais e os maiores privados do Mundo. Na Hungria conseguimos andar entre o 13.º e 17.º lugares, que logo a seguir às equipas oficiais e imiscuído entre principais privados, e vamos tentar isso em Portugal. A partir daí é mais complicado ir mais à frente", prognosticou.Ricardo recordou que na primeira etapa do Dakar Series, na Hungria, teve "vários problemas, no transibérico também", pelo que "o grande objectivo será andar bem e sem problemas".

3 comentários:

Eduardo Nunes disse...

se Deus quiser lá estaremos em setembro..pra apoiar os tugas.. e o TT em geral..

Adalsino disse...

Grandes jogos de interesses se movem no "back stage" desta prova toda ela, considero eu, uma enorme palhaçada.
São sempre os mesmos "tubarões" que tudo organizam e até criam empresas para não deixar "migalha" para algum "outsider".
O "Zé" como não tem acesso a mais e gosta disto, tem que se limitar a entrar "na cena" ou então...
Bem haja maltinha, e.... olhinhos bem abertos.

Ana disse...

era o que mais faltava era começarem agora a falar de politica no blog, quero lá eu saber de jogos de interesses, eu quero mesmo é provas deste genero em Portugal, uma vez que este ano foi o ultimo Transiberico, pró ano só em terras de nuestros hermanos..